VOZERIA:
(por Alex Costa)
Nem vale a pena comentar a distância que separa os mitos da cultura pop das celebridades contemporâneas. Quem pesaria a importância de figuras que habitam o imaginário e influenciam (direta ou indiretamente) a produção cultural de nosso tempo em várias vertentes. Pense “cinema”: Feline,Kubrick,Dean,Chaplin,Glauber...Pense “música”: Beatles,Elvis,Bowie,Mozart,Jobim,Chico...etc que batem na mente como a resposta a uma operação matemática. Condicionamento? Super-exposição? Há quem prefira chamar isso de qualidade!
Negar a “inventividade” de autores atuais seria negar toda uma geração que os influenciou e
afirmar que "tudo já foi feito" pode soar tão absurdo quanto apontar algo inédito nestes dias cinzentos. Ligar o rádio,a TV, ir ao cinema e sair impressionado com o que foi consumido é realmente uma sensação rara e de preciosidade imensurável. Embora aliada a tecnologia, a “arte” está cada vez mais perfeccionista e menos contestadora e evolutiva, a precisão das câmeras e efeitos digitais são inversamente proporcionais a originalidade e criatividade das tramas por elas apresentadas.Então, como não citarmos as referências? Como não sermos saudosistas e explorarmos o passado em busca de algo “novo”? A indústria do remake é mais rentável que apostar no escuro, porém, não vejo mal algum em sermos puristas ao optarmos por preservar a essência das grandes obras como foram originalmente apresentadas e buscarmos o desconhecido. Mas mercado é mercado e o show continua num loop eterno.
A indústria e suas tendências se mostra cada vez mais impulsionada a reciclagem do que a revolução de seus produtos. A questão é: quanto tempo esses produtos vão vender? Qual o alcance da reverberação dessas obras no nosso tempo e/ou em dias futuros? Ou mais, serão essas obras referências tão fortes quanto as que influenciaram a produção das mesmas?
Razões para a estagnação criativa poderiam ser apontadas pelos entusiastas e suas máquinas velozes de consumo e “obsolescência” imediata. A internet surge na promessa de acelerar o processo de disceminação de idéias e movimentos refletindo o abismo das velhas novidades que ameaçam a paciência dos imediatistas.
Imaginar um futuro sem algo novo é ser bom conhecedor do passado. Não deveria ser assim no processo evolutivo da cultura como ciência, mas, no “mondo pop”, a arqueologia tem mais a revelar do que a tecnologia se tratando de “originalidade”. Solução? Melhor não olhar pra trás se quiser saborear algo diferente. Sim. Isso ou aquilo são novidades pra mim mas não pra você. Então não faz sentido criar quando sempre existirá aquele que não leu, não ouviu ou não assistiu por ene motivos? Depois do ingresso pago não tem mais volta...lá está o mesmo personagem de 20 anos atrás nas mesmas situações que o imortalizaram. Ao ouvir aquela música bacana daquela banda que apareceu na trilha sonora do filme, lá está o arranjo “sampleado” de uma canção de 30 anos atrás.Então, após o mesmo refrão, da velha piada e da citação clichê, você percebe que está ficando exigente demais, cético demais ou VELHO demais apenas por desejar que aquilo conduza a alguma revisão de conceitos!
Se há alguma salvação, ela não está na vinda do messias, pois o mesmo já veio em várias versões antes mesmo do “technicolor” e ainda devem estar pensando em mais outra refilmagem. Que venham então a melhor banda de todos os tempos da ultima semana e a estátua daVênus criada no 3D-studio. No mais, tudo isso já foi dito antes – mas não dessa maneira(?).
(Alex Costa é um aficcionado em música eletrônica e músico nas horas vagas)
imagem:andy warhol
Deixe um recado antes de partir!
Inaugurando um novo espaço dentro do blog onde pretendemos dar a palavra àqueles que tiverem o que dizer nessas linhas tortuosas. O tema é livre e a única imposição é que se fale francamente sobre o que quiser! Para inaugurar a coluna, Alex Costa solta o verbo ao refletir sobre a cultura pop no século 21. Boa leitura!!!
(por Alex Costa)
Nem vale a pena comentar a distância que separa os mitos da cultura pop das celebridades contemporâneas. Quem pesaria a importância de figuras que habitam o imaginário e influenciam (direta ou indiretamente) a produção cultural de nosso tempo em várias vertentes. Pense “cinema”: Feline,Kubrick,Dean,Chaplin,Glauber...Pense “música”: Beatles,Elvis,Bowie,Mozart,Jobim,Chico...etc que batem na mente como a resposta a uma operação matemática. Condicionamento? Super-exposição? Há quem prefira chamar isso de qualidade!
Negar a “inventividade” de autores atuais seria negar toda uma geração que os influenciou e
afirmar que "tudo já foi feito" pode soar tão absurdo quanto apontar algo inédito nestes dias cinzentos. Ligar o rádio,a TV, ir ao cinema e sair impressionado com o que foi consumido é realmente uma sensação rara e de preciosidade imensurável. Embora aliada a tecnologia, a “arte” está cada vez mais perfeccionista e menos contestadora e evolutiva, a precisão das câmeras e efeitos digitais são inversamente proporcionais a originalidade e criatividade das tramas por elas apresentadas.Então, como não citarmos as referências? Como não sermos saudosistas e explorarmos o passado em busca de algo “novo”? A indústria do remake é mais rentável que apostar no escuro, porém, não vejo mal algum em sermos puristas ao optarmos por preservar a essência das grandes obras como foram originalmente apresentadas e buscarmos o desconhecido. Mas mercado é mercado e o show continua num loop eterno.
A indústria e suas tendências se mostra cada vez mais impulsionada a reciclagem do que a revolução de seus produtos. A questão é: quanto tempo esses produtos vão vender? Qual o alcance da reverberação dessas obras no nosso tempo e/ou em dias futuros? Ou mais, serão essas obras referências tão fortes quanto as que influenciaram a produção das mesmas?
Razões para a estagnação criativa poderiam ser apontadas pelos entusiastas e suas máquinas velozes de consumo e “obsolescência” imediata. A internet surge na promessa de acelerar o processo de disceminação de idéias e movimentos refletindo o abismo das velhas novidades que ameaçam a paciência dos imediatistas.
Imaginar um futuro sem algo novo é ser bom conhecedor do passado. Não deveria ser assim no processo evolutivo da cultura como ciência, mas, no “mondo pop”, a arqueologia tem mais a revelar do que a tecnologia se tratando de “originalidade”. Solução? Melhor não olhar pra trás se quiser saborear algo diferente. Sim. Isso ou aquilo são novidades pra mim mas não pra você. Então não faz sentido criar quando sempre existirá aquele que não leu, não ouviu ou não assistiu por ene motivos? Depois do ingresso pago não tem mais volta...lá está o mesmo personagem de 20 anos atrás nas mesmas situações que o imortalizaram. Ao ouvir aquela música bacana daquela banda que apareceu na trilha sonora do filme, lá está o arranjo “sampleado” de uma canção de 30 anos atrás.Então, após o mesmo refrão, da velha piada e da citação clichê, você percebe que está ficando exigente demais, cético demais ou VELHO demais apenas por desejar que aquilo conduza a alguma revisão de conceitos!
Se há alguma salvação, ela não está na vinda do messias, pois o mesmo já veio em várias versões antes mesmo do “technicolor” e ainda devem estar pensando em mais outra refilmagem. Que venham então a melhor banda de todos os tempos da ultima semana e a estátua daVênus criada no 3D-studio. No mais, tudo isso já foi dito antes – mas não dessa maneira(?).
(Alex Costa é um aficcionado em música eletrônica e músico nas horas vagas)
imagem:andy warhol
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